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Fonte: http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article125606&ak=1 |
A tragédia que está em curso em Portugal, decorrente de incêndios florestais que, anualmente, ocorrem com dimensão inquietante, tem como referência Pedrogão, pelas consequências que teve a nível do número de mortos e feridos.
A intervenção no combate a esse, como aos restantes fogos, mais de
uma centena no total, realizada por intermédio dos diversos serviços
e operacionais, em particular a Proteção Civil, GNR e
Militares...apoiados por milhares de residentes locais, os que mais diretamente
sofrem as consequências dessa catástrofe, foi e está sendo notável, contando, inclusive,
com apoio aéreo de países amigos.
A questão, senão a mais importante, mas decerto de importância
fundamental e decisiva para prevenir este tipo de catástrofe, conjugada com
outras devidamente equacionadas, realistas e operativas, tem sido
debatida, é conhecida, mas não conhece soluções que a prática revele eficazes.
Porquê? é uma questão complexa, mas que urge resolver ou, no mínimo,
melhorar.
Trata-se, não da
composição da floresta, a floresta que temos, com
as espécies que a integram, é a nossa floresta, a que foi instalada e
resulta da conjugação de fatores diversos, desde a dimensão da propriedade, da
aptidão dos solos e do clima, da procura existente por parte das
indústrias florestais instaladas no país e, até, da tradição da
nossa história florestal...não reside aí o problema...essa é
a matriz sobre a qual temos que intervir, ser competentes, elaborar medidas
e possuir à vontade politica para levar à prática soluções adequadas.
Trata-se bem mais de fazer cumprir as medidas
de prevenção de incêndios florestais em particular, a de limpeza de matos, sobretudo em situações de monocultura, (é enorme a carga de
vegetação combustível) ... limpezas que junto às casas deve ser assegurada numa
área adequada de segurança, que deve ser respeitada e garantida, devendo
tudo isto ser objeto de fiscalização e de obrigatoriedade.
Trata-se, ainda de dispor de uma rede de
aceiros e de acessos em zonas florestais contínuas (os pequenos proprietários deviam ser apoiados e conduzidos à
criação de polígonos florestas com planos de gestão que incluam a rede viária).
Trata-se, igualmente, de dispor de um sistema de vigilância (já
instalado com a cobertura de largas áreas).
Trata-se, ainda, por ser
da maior importância, a necessidade de colocar os meios disponíveis na primeira
intervenção, para por cobro no início ao fogo, tornando determinante a primeira
intervenção como condição maior para evitar a propagação e a expansão
incontrolada do fogo. Trata-se, repita-se, de assegurar total
eficácia na primeira intervenção, associando
à mesma todos os meios necessários, aéreos inclusive, para
que a mesma seja eficaz e apague esse fogo inicial, cuja propagação em
áreas imensas acontece quando tal não foi feito.
Acreditamos que, estas e outras medidas, corretamente pensadas, de
acordo com a realidade existente, poderão contribuir de forma
decisiva para que este tipo de catástrofe, ainda que sempre possa
ocorrer, seja minimizada e as consequências em perdas de vidas e valores seja,
sempre, a menor.
Autor: Renato Costa
Coordenador da Rede Temática Proteção Civil
União das Cidade Capitais de Língua Portuguesa
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