As
catástrofes, por vezes as maiores, as mais trágicas e com maior úmero de
mortos, nem sempre resultam de causas naturais, acontecem sim, por erros
humanos, por negligência, por falta de fiscalização das condições de estruturas
que acolhem, ou são utilizadas diariamente por milhares de cidadãos que confiam
nos serviços e autoridades responsáveis pelo acompanhamento e verificação das suas
condições de segurança.
São exemplo da
negligência referida duas tragédias recentes, uma no Brasil (Cidade de Santa
Maria no Rio Grande do Sul), ocorrida na madrugada de domingo, no passado dia
23 de Janeiro, na discoteca Kiss, em que, de acordo com o major Cleberson
Bastianello, do batalhão de operações especiais da cidade de Santa Maria houve
"….245 mortos e 48 pessoas no hospital", a maior parte delas entre 16
e 20 anos.
Estado em que ficou o interior da discoteca
As causas desta
tragédia e sua dimensão, de acordo com informação da Polícia Civil de Brasil,
terão sido o accionamento irresponsável dum “very light” associado ao tipo de
isolamento acústico utilizado na discoteca (espuma de poliuretano) altamente inflamável.
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Despiste de um autocarro no IC8
A segunda tragédia,
ocorrida em Portugal, no dia 27 de Janeiro no nó de acesso do IC8 ao Carvalhal, na Sertã, distrito
de Castelo Branco, resultou do despiste e queda numa ravina de um autocarro em
que seguiam 43 passageiros (11 mortos e 32 feridos).
Também neste caso as
razões que foram referidas como causa do acidente apuradas pelo jornal PÙBLICO
apontam para causas não naturais… “No local, o vereador das Obras da Câmara da
Sertã, Rogério Fernandes, explicou ao PÚBLICO que aquele troço está em obras,
com um piso provisório, e que por isso há sobreposições que formam várias
lombas. Metros antes do local em que o autocarro se despistou está uma dessas lombas.”
Também aqui se constata
a existência de factores (lombas…) favoráveis a acidentes, aspecto que se deve
questionar em termos de fiscalização, no acompanhamento de obras e na sinalização
adequada e bem visível, colocada a distância que possibilite a correcção da
velocidade e adopção de prudência na condução.
Num caso e noutro
importa averiguar para se poder compreender de forma completa, as causas destas
catástrofes, detectar os erros, perceber as insuficiências e identificar responsáveis,
no sentido de criar, aperfeiçoar ou por em prática, mecanismos e meios que
impeçam catástrofes idênticas, ou atenuem as suas consequências quando ocorram.
Notícia Publica no dia 01/02/2013
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